Profa. Dra. Marilu Martens Oliveira
Profa. Leda Maria Dalla Costa
Profa. Ma. Luciana Carneiro Hernandes
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Ismael Reghin, um desbravador, pois, nascido em 1926, aportou em Cornélio Procópio em 1930, para acompanhar seu pai, João Reghin, que já estava aqui desde os idos de 1927. Veio pela estrada rodoviária de Assis, visto que a estrada de ferro, até então, terminava na cidade de Cambará. O menino nascido em Varginha, MG, estabeleceu raízes na antiga Capital do Café, casando-se com a querida dona Dedé (Adélia Reghin), constituindo uma linda família: Cibelle, Liegge, Viviane, João e Ismaelzinho (Maete).
Sr. Ismael contou, com saudade, que a estrada estava aberta e muitos pioneiros transitaram por ela porque a Fazenda Santa Filomena, dos Matarazzo, situada no Paiolão, precisava de 300 famílias para nela labutarem. Acrescentou que o distrito de Congonhas pertencia à gleba dos Barbosa, sendo um ano mais velho que nossa cidade, a qual estava na Gleba Laranjinha, do Coronel Cornélio Procópio. Um detalhe interessante é que as estradas eram feitas nas cabeceiras das fazendas, por causa do barro.
Morador da roça, no bairro Tangará –CP, estudava em um rancho de coqueiro, chão de terra, e ainda no tempo da palmatória e de colocar banquinho na cabeça, como castigos. Seu primeiro professor foi o Chico Preto, tendo sido também aluno da dona Norita Dorini, que o preparou para o temido exame de admissão ao ginásio. Sua vida é um exemplo, porque além de muito estudo, trabalhava (trazia leite para a cidade) e chegava em casa por volta das 21h. Como tudo era precário, nosso entrevistado relatou que continuou seus estudos em Botucatu, SP. Posteriormente realizou inúmeros cursos, formando-se em Contabilidade, Economia e Direito, tendo residido, devidos às suas atividades empresariais, também em Umuarama.
Frequentava a igreja católica da Praça Brasil e o padre Antonio vinha de Londrina, a cavalo, para rezar as missas. A paróquia foi criada em 1934 e todos ficaram muito felizes pela conquista, assim como pela separação de Bandeirantes, em 1938, quando Cornélio se tornou município.
Destacou, dentre os primeiros profissionais de Cornélio: os médicos Oscar Dantas e Roberto da Rocha Leão; o dentista Salomão Lomônaco e o prático Sotille; seu tio Francisco Reghin, lançador de impostos; o engenheiro nortista Diógenes Alves Cabral; a parteira Joana (Joanela) Andretta; o eletricista Francisco Grigoravicius (mais tarde vereador). Ressaltou que a cidade chegou a ter 18 vereadores, quando o correto seria por volta de sete, oito, e que, antigamente, ser vereador era uma honra: não havia pagamento pela função.
Recordou que no Calçadão, na esquina, foi construído o primeiro posto de gasolina, do Sr. Orestes Gatti, e que quando o asfalto chegou às ruas, a Avenida XV de Novembro teve as casas aterradas porque ficavam penduradas. Também foram os primeiros estabelecimentos comerciais a Farmácia e também a Serraria do Sr. Ferrúcio Dalla Costa; a Casa Marival e a Tipografia do mesmo nome (da família Vallim Oliveira); a Casa Zamariam (pertencente à família homônima); o armazém do Sr. Armando Deutsch; a Casa Coimbra; os estabelecimentos do Sr. Kitagawa, do druso Sales Nege e do Sr. Amado Alabipe.
Dentre as diversões da época, destacava-se o cinema e o primeiro, que era mudo, funcionou na Rua Bahia, sendo seu proprietário o Sr. Newton Moreira. Posteriormente, surgiram o Cine São Luiz, bastante frequentado, bem como o Cine Avenida que teve seu nome trocado para Cine Cornélio. As pessoas ouviam muito o rádio e também iam às festas: quermesses, bailes e jantares promovidos por diversas entidades, como o Rotary Club de C. Procópio, do qual Sr. Ismael foi membro, apresentado pelo Sr. João Ataliba de Resende. E algo era até bastante comum: as brigas nos bailes, provocadas por ciúmes das mulheres, pois o número de damas era menor que o de cavalheiros. Também ficava na Rua Bahia o primeiro Clube Recreativo, e por volta de 1938 existia um outro, atrás da Avenida XV e do cinema São Luiz.
O entrevistado relatou que havia muitos valentões e mortes eram comuns, naqueles anos, sendo que o porteiro do clube, no Baile do Município, foi assassinado, assim como foi tocaiado e morto o indivíduo conhecido como Fumaça, valentão que gostava de brigas.
Poucas pessoas possuíam carro, então a rodoviária era bastante frequentada. A primeira foi mais um “ponto de parada”: era na Rua Paraná, no Bar do Livino Viana, que tinha luz, daí a opção. Havia então três bares, sendo bastante conhecido o Bar do Zanoto, que foi vendido ao Sr. João Reghin. Posteriormente a Rodoviária passou a funcionar na esquina da atual Rua Massud Amin com a Marechal Deodoro, indo mais tarde para o mesmo local do antigo Mercado Municipal, entre a Marechal Deodoro e a Av. Minas Gerais, para ficar, depois, onde está hoje, por uma questão de logística: trânsito mais calmo.
Com o crescimento urbano, surgiram novidades: a estrada de ferro, que deveria passar por Sertaneja, foi desviada para Cornélio; a edificação da Santa Casa de Misericórdia, em terreno doado pela família Seugling, e graças ao movimento encabeçado por um grupo político, do qual faziam parte o pai do Sr. Ismael e o Sr. João Ataliba de Resende; a construção de um campo de aviação, onde hoje está o Coleginho - Colégio Nossa Senhora do Rosário -, tendo como primeiros pilotos os Srs. Anélio Viecelli e Orestes Gatti. E também as companhias de aviação comercial se fizeram presentes - RETA (do Anélio), REAL, VARIG, Aerovias Brasil – na cidade que se desenvolvia impulsionada pelo ouro verde, o café. Assim é que mais tarde foi instalada a Companhia Iguaçu de Café Solúvel, graças ao empreendedorismo de um grupo de procopenses.
Vi num vídeo de 45 minutos sobre Cornélio em cerca de 2950, gestão Pedro Mariucci que Paiolao ficava na saída de Nova Fátima, à esquerda. 2) fiquei sem saber k nome do pai do Ismael ; 3)acho que o casamento da Dorini consta entre os primeiros de Cornélio no www.famikysearch.org Obrigado !
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